Para quem assistiu ontem à noite a lecture demonstration do SIM (ações integradas de consentimento para ocupação e resistência) novo trabalho de Alejandro Ahmed - criador do Cena 11 ( www.cena11.com.br ), membro do CCA do CORPOCIDADE (ST3) - seguem mais infos sobre o trabalho que será apresentado amanhã no Teatro Castro Alves
Design:
O projeto do movimento em PFdFSRi procura soluções sendo um mapa, um tratado que situa e define as possibilidades de existência do movimento e suas estratégias de sobrevivência em um dado ambiente. O ambiente, “pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente”, vai revelando suas fronteiras e condições ao mesmo tempo que o movimento propõe suas táticas de adaptação.
O movimento precisa reconhecer a natureza do estado do corpo e permitir que as interferências propostas pela coreografia produzam informações que reorganizem a continuidade do movimento proposto. Desta forma o que pretendemos como resultado final está mais vinculado à escuta do que sucede para construir sua verificação, do que a determinação do movimento em função da produção de uma imagem
Dança e tecnologia:
Usamos a tecnologia como extensão do corpo. Isto inclui a maneira como pensamos nossa dança. Em PFdFSRi a utilização de sensores (câmeras, acelerômetro), robôs, programas de detecção de padrão, vídeo e sistemas de vjing; está vinculada as propriedades que estes elementos fornecem ao corpo e como este corpo responde a estes elementos através destas propriedades. Sistemas e programas foram desenvolvidos especialmente para atuarem no espetáculo, e contam com a participação do espectador para concluírem seus objetivos no palco.
Natureza, cultura, realidade e ficção
“pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente” é uma fábula feita da colagem de ações, objetos, corpos, imagens e movimentos que se fortalecem das características que as definem para ganharem novos significados ao se inter-relacionarem. Um músculo cansado, respirações ofegantes, peso do corpo, força bruta, vestígios de dança, um espantalho, um brinquedo, um soldado de chumbo, cavalos, expectativas, caixinhas de música, memória, tempo dilatado, saudades, o velho, vingança, liberdade e realidade. Um conto. O corpo procura parceiros para sua dança. A dança procura meios para perceber-se real. Ficção e realidade intercalam seus lugares e assim contam histórias. Peso e desequilíbrio como recurso de anti-vaidade, a autoria da ação divide assinaturas entre gravidade, ossos, músculos, cérebros e espectadores. Dança como vestígio. Dança para não ter poder. Tempo para entendermos o tempo.
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